domingo, 29 de março de 2009

- Poesia Marginal


Na década de 1970 não era raro encontrar em portas de bares, teatros e cinemas de grandes cidades brasileiras alguns poetas vendendo seus livros, em geral produzidos com parcos recursos gráficos. O conteúdo desses volumes perpetuou-se na memória dos leitores e dos críticos literários sob a denominação de poesia marginal.

Não é por acaso, portanto, que a prestigiada coleção "Para Gostar de Ler" tenha incluído no rol de seus excelentes títulos Poesia marginal, um mosaico ilustrativo dessa expressão poética brasileira, com os trabalhos de Ana Cristina Cesar, Paulo Leminski, Chacal, Francisco Alvim e Cacaso.

' Poesia marginal é um movimento cultural fundado nos anos 1970 num momento de exceção no país", afirma o carioca Ricardo Carvalho Duarte, ou simplesmente Chacal. Esse momento de exceção diz respeito à ditadura militar vigente no país a partir de 1964, e que teve sua fase mais contundente no mesmo período em que os poetas marginais escancaravam ao público suas diferentes vozes literárias, muitas vezes dissonantes entre si. '
Os poetas marginais :
Musa da poesia marginal, Ana Cristina Cesar influiu ativamente na vida cultural carioca dos anos 1970, redigindo artigos em jornais e participando de debates.
Paulo Leminski era um apaixonado pelas experiências de linguagem dos poetas concretos, mas também usava vocabulário comum, do dia-a-dia.
O poeta e diplomata mineiro Francisco Alvim, ainda hoje em plena atividade literária, apresenta em sua poesia uma vertente lírica e outra mais marcada pela reflexão social.
Dos cinco poetas representados em Poesia marginal, três já faleceram. "Primeiro foi Ana Cristina, que cometeu a indelicadeza de se matar, aos 31 anos, em 1981; depois, Cacaso, que em 1987, aos 43 anos, teve uma parada cardíaca e se foi; por último, em 1989, partiu Paulo Leminski, o genial `cachorro louco´, que tinha vindo para bagunçar o coreto bem-comportado da poesia", lê-se em "O vento no rosto", texto introdutório do livro.

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